8.5.07

Poesia: Coimbra democratiza cânone literário em encontro

No palco dos encontros internacionais de poetas, em Coimbra, este ano na sexta edição, já um judeu abraçou um palestiniano e alguns casamentos se fizeram entre autores que, desde 1992, por ali passaram. Organizado pelo Grupo de Estudos Anglo-Americanos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, o VI Encontro Internacional de Poetas, que se realiza de três em três anos, vai decorrer este mês entre os dias 24 e 27 e tem como tema Poesia e Violência. Numa altura em que o mundo assiste a múltiplos conflitos - do Iraque ao Darfur (Sudão), passando pelo que opõe israelitas a palestinianos - e porque «os poetas não vivem fora da História», Graça Capinha, um dos seis elementos do Grupo de Estudos Anglo-Americanos que organizam o encontro, entende que «o tema faz todo o sentido». Para a edição deste ano, quatro dezenas de poetas são esperados, com destaque para os nomes dos norte-americanos Forrest Gander e C. D. Wright, do chinês Xiao Kaiyu, da Finlandesa Rita Dahl, do palestiniano Murid Barghuti, do israelita Yitzhak Laor e ainda Cláudia Roquette-Pinto e Márcio-André, do Brasil, Alberto Pimenta e Gastão Cruz, de Portugal e a galega Hellen Villar Janeiro. No topo dos objectivos desta iniciativa, que começou em 1992 com um tributo ao poeta norte-americano Walt Witman, na celebração do centenário da última edição de Leaves of Grass, está, explica Graça Capinha, a «democratização do cânone literário», levando a poesia, na sua língua de origem, dos salões para as ruas. (fonte: Diário Digital)