3.5.06

Sobre a sessão de amanhã

As Memórias e a Poesia completa de Fernanda de Castro, que morreu em 1994, são apresentadas amanhã na Casa Fernando Pessoa, no âmbito do plano de reedição integral da sua obra. Ao final da tarde (18h30) Eduardo Pitta e Miguel Real irão falar respectivamente da poesia, agora reeditada em dois volumes, e das memórias também repartidas em dois volumes. Em declarações à Lusa, o escritor Miguel Real afirmou que Fernanda de Castro «esteve um tempo esquecida por estar vinculada à cultura portuguesa da primeira metade do século XX». «Ultrapassado um certo luto, que é natural em todos os escritores», Miguel Real considera que a obra de Fernanda de Castro volta hoje a suscitar interesse. A ligação ao regime político anterior ao 25 de Abril de 1974, a autora era mulher de António Ferro e uma clara apoiante de António Oliveira Salazar, terá também contribuído para esse «esquecimento» segundo Miguel Real. O escritor afirmou à Lusa que «do ponto de vista da sensibilidade poética e do animismo ficcional, Fernanda de Castro ultrapassava o regime». Em 1969, a sua obra Poesia I e II valeu-lhe o Prémio Nacional de Poesia. Em 1986, oito anos antes de morrer em Lisboa, editou um livro de memórias intitulado Ao Fim da Memória: Memórias 1906 - 1939. Quinta-feira, dia 11 de Maio, Fernanda de Castro volta à Casa Fernando Pessoa, desta feita para as jornalistas Maria Teresa Horta e Ana Marques Gastão falarem, respectivamente, dos títulos juvenis e da obra ficcionada. (fonte: diário digital)