11.7.06

Caligrafias, a sessão















«Dá-se o nome geral de caligrama a um poema visual figurativo, cujo texto se refere de algum modo à figuração, existindo entre texto e figuração alguma relação de tipo icónico.
O termo caligrama ganhou relevo quando o poeta francês Guillaume Apollinaire, em 1918, deu o título de Calligrammes a um seu livro de poemas em que incluía 32 páginas de poemas gráficos, contendo muitas dessas páginas 3 ou 4 poemas diferentes (uns realizados tipograficamente, outros caligraficamente) que logo se tornaram conhecidos com o nome de Caligramas. (...) Deste primeiro estudo analítico, embora incompleto, poderemos concluir que a descoberta destes três poemas visuais da Almada Negreiros, é um facto cultural importante tanto para uma iconografia de Almada como para o conhecimento da evolução poetográfica em língua portuguesa. Podemos certamente dizer que somos agora mais ricos!

É interessante observar que sendo a poesia visual, nos seus hoje múltiplos pendores e categorias, um jovem género artístico, misto de escrita e representação gráfica e pictoral, Almada Negreiros, sendo numa só pessoa, artista plástico e escritor de génio polivalente, tinha todas as condições para ser também um extraordinário poeta visual.»

[fragmentos do texto lido por E. M. de Melo e Castro na apresentação da separata Caligrafias que coincidiu com a inauguração da exposição com o mesmo nome]