12.10.06

Editora POL publica escritos "esquecidos" de Marguerite Duras








Para os adeptos incondicionais de Marguerite Duras, a publicação póstuma pela editora POL de Cahiers de Guerre et Autres Textes, quatro textos inéditos da escritora francesa, é um puro momento de felicidade. Estas páginas, redigidas entre 1943 e 1949, "têm uma importância capital", afirmam Sophie Bogaert e Olivier Corpet, do Instituto Memórias da Edição Contemporânea (IMEC), a quem foi confiado o espólio manuscrito de Marguerite Duras. Bogaert e Corpet dirigiram a publicação de Cadernos de Guerra na POL, porque, frisam, eles "são a matriz" dos grandes romances de Duras, Uma Barragem Contra o Pacífico (1950) e O Amante (Prémio Goncourt em 1984). As páginas ficaram guardadas anos a fio num envelope de papel castanho, dentro de um armário da casa de campo da escritora. O primeiro caderno exume as dores e as humilhações da infância passada numa família violenta. O segundo caderno propõe um romance inacabado, Theodora, que dará azo a Destruir, Diz Ela, publicado em 1969. A morte do seu primeiro filho ocupa o terceiro caderno, num estilo duro. O quarto é uma récita sensual de umas férias em Itália com o marido, Robert Antelme, e o amante, Dyonis Mascolo. Os outros textos são folhas esparsas "saturadas com perfumes, folhas vivas, altaneiras", segundo os editores. Para os exegetas e para os biógrafos de Marguerite Duras, estes Cadernos de Guerra são um tesouro incalculável. (fonte: Público)