9.3.07

Hemingway deixou em Cuba cartas escritas com ira











Ernest Hemingway descarregou a sua ira em várias cartas escritas a pessoas com as quais se zangou, mas não chegou a enviá-las, e a sua mulher, Mary, acabou por as queimar, em Cuba, onde se encontravam, cumprindo a última vontade do escritor. Esta foi uma das revelações feitas por Valerie Hemingway, secretária do escritor desde 1960 até à sua morte e actualmente jornalista, numa conferência no Instituto Internacional de Jornalismo José Martí. Na opinião da secretária e nora do escritor, ele «guardava a sua ira nessas cartas que não enviava» e «no dia seguinte escrevia outras um pouco mais suaves». Questionada sobre a relação de Hemingway com Cuba a partir de 1959, quando triunfou a revolução liderada por Fidel Castro, respondeu que, quando o escritor saiu da ilha em 1961, «realmente, esperava regressar». «Ele não abandonou Cuba, porque era aqui que estavam a sua casa, os seus amigos, os seus livros, os seus animais e o seu barco». Recordou, a propósito, uma frase recorrente de Hemingway: «Eu sou um escritor e não me envolvo na política». A Finca Vigia (residência temporária do escritor em Cuba) foi convertida em museu em 1962 depois de Mary Hemingway a ter doado ao governo cubano. (fonte: Diário Digital)