Loucos pela Índia
Depois de ter sido tema na última Feira do Livro de Frankfurt (Outubro de 2006), a literatura indiana regressa à montra dos livros meses depois. Desta vez em Paris, como país convidado da 27.ª edição do Salão do Livro, que hoje arranca no pavilhão de Versailles. A paisagem literária da Índia é tão complexa e paradoxal quanto o seu mapa, reflexo de 28 regiões políticas, 22 línguas, um país multirreligioso, a maior democracia do mundo, com uma diáspora intelectual que levou para fora das suas fronteiras alguns dos nomes mais sonantes; indianos que escrevem sobretudo em inglês e têm em Salman Rushdie a grande estrela. É a Índia de Rushdie, mas também a de Vikram Seth, Shashi Tharoor, Amit Chaudhuri, Indrajit Hhazra ou Kiran Desai, Amitav Ghosh ou do Nobel de 1913, tornado símbolo nacional, Rabindranath Tagore. A Índia de cerca de mil milhões de habitantes mas onde um título se torna best-seller se vender cinco mil exemplares. Ou seja, cerca de metade do que precisa vender um livro em Portugal para ser um sucesso comercial. É a Índia dos contrastes, a Índia de 500 milhões de analfabetos em que quase só as elites lêem, mas em que há uma classe média em crescimento; a Índia que seduziu Hermann Hesse, E. M. Forster ou André Malraux e que em 2050 será a terceira potência mundial. É esta Índia que parece estar na moda e venceu através da sua mais recente revelação literária, Kiran Desai - filha da três vezes finalista Anita Desai -, a última edição do Man Booker Prize com o romance A Herança do Vazio. (fonte: DN)
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