16.8.07

Mário Cesariny lê poemas seus em gravação inédita


















Mário Cesariny lê com grande força e expressividade 34 poemas seus numa gravação feita em sua casa, poucos meses antes de morrer, lançada há dias numa iniciativa da editora Assírio & Alvim. Os poemas foram gravados em três domingos de Maio e Junho de 2006, e foi o próprio Cesariny que os escolheu de três livros seus, Cidade Queimada (1966), Pena Capital (1957) e Manual de Prestidigitação (1956). O editor Manuel Rosa, autor do projecto, esteve presente nas sessões juntamente com o engenheiro de som Vasco Pimentel. Sentado em sua casa, na rua Basílio Teles, perto da Praça de Espanha, em Lisboa, onde viria a morrer meses depois, Cesariny ia escolhendo e lendo os poemas, enquanto bebia chá, para aclarar a voz da rouquidão, e fumava cigarros. Este CD (com livro) foi apresentado na passada quinta-feira à noite no LUX Frágil por José Manuel dos Santos, junto com um livro/entrevista também publicado com o DVD do filme Autografia, realizado por Miguel Gonçalves Mendes. Este último, Autografia/ Verso de Autografia, de 140 páginas, fotografias de Susana Paiva e trabalho gráfico de Paulo Reis, inclui o melhor das entrevistas feitas a Cesariny durante as mais de vinte horas de rodagem de Autografia, um documentário sobre a sua vida e obra que contém apenas duas horas do material filmado. Mário Cesariny de Vasconcelos foi um dos mais importantes poetas portugueses do século XX. Destacou-se na pintura, mas foi também romancista, ensaísta e dramaturgo. Morreu a 26 de Novembro em sua casa, em Lisboa, aos 83 anos, vítima de doença prolongada. (fonte: Diário Digital)