6.11.07

Único livro de ficção de Dylan sai esta semana


















Cansado de ver o seu trabalho enquadrado por pressões e catálogos externos, Bob Dylan acabaria por confessar, em meados de 60, não ter objectivos além dos caminhos que a sua expressão artística lhe ditava. Bring It All Back Home, de 1965, foi o primeiro sinal de transformação eléctrica, com pico criativo em Blonde on Blonde, (1966). Por esses dias Dylan escreveu Tarântula, livro que dava continuidade à forma mais recente do seu lirismo (próximo das colagens rítmicas de Subterranean Homesick Blues) e ao balancear constante entre o "popular" e o "intelectual". O mesmo Tarântula é agora publicado em português, pelas Quasi. Tarântula seguia não só a formulação lírica já conhecida de Dylan como dava continuidade aos ensinamentos de nomes apreciados pelo autor, de Rimbaud à expressão beat de William S. Burroughs e Allen Ginsberg. A expressão directa da consciência e do pensamento com imediatos resultados no papel, sem filtros intermediários. A América revisitada, longe de trovas contestatárias mas perto de um quotidiano popular. Textos para futuras canções, resultado de outros e projectos nunca concretizados.
(fonte: DN)